Comprei este livro na CESMA por uma bagatela. Estava naquela seção de línguas extrangeiras, onde há livros para o ensino de línguas. É um curto livrinho, sessenta e tantas páginas com quatro contos curtos de Javier Marías. Um deles, "Prismáticos rotos", eu já conhecia de "Cuando fui mortal", já resenhado aqui. Lê-se com genuíno prazer. O sujeito é mesmo um bom escritor e sabe contar uma história. Seus temas sempre têm algo de mágico e algo de cerebral e cínico, algo que lembra ora Edgard Allan Poe ora Machado de Assis. Em um quem conta a história é um cadáver, já morto e enterrado; em outro quem conta é um sujeito que tem um duplo, um sósia, um gêmeo, que detesta intimamente; em um terceiro o narrador se corresponde e se envolve com a amante morta de seu pai, também já morto. Só o primeiro, justamente "Prismáticos rotos" fala de um sujeito as voltas com uma situação corriqueira, uma corrida de cavalos em uma tarde de sol. Para treinar o Castellano é um ótimo texto. Há muitos livros curtos como este nesta coleção idealizada por um sujeito chamado Hugo Kliczkowski: Preciso ler outros romances de Javier Marías (o incrível é que tenho vários guardados na estante, esperando sua chance e sua vez, fazer o quê?) para conhecê-lo melhor e entender o seu humor e seu estilo. Este aqui foi quase um descanso antes de outras coisas mais poderosas. Recomendo.
"Una noche de amor", Javier Marias, editorial Hugo Kliczkowski - Onlybook, 1a. edição (2005) brochura 13.5x20cm, 64 pág. ISBN: 978-84-96304-81-7
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