sexta-feira, 15 de abril de 2016

brincando com o conta-gotas

O Antonio Rodrigues Neto foi meu colega no IFUSP. Ele sempre preocupou-se em encontrar o jeito certo de ensinar as coisas que sabia. E era também sempre o sujeito com o humor mais refinado, irônico, da turma. Em uma sexta-feira de abril de 1986 ele convidou um pequeno bando de físicos para vermos o cometa Halley, lá nos altos da Serra da Cantareira. Foi um fiasco, não por culpa dele, claro, mas sim do Halley, que ficou tímido no céu, decepcionando a todos. Mas nós nos divertimos à beça e esperamos o sol nascer, já algo intoxicados e prometemos nos reunir na próxima aparição, em 2061. Bons tempos. Neste seu pequeno livro, primeiro volume de uma coleção da editora SESI-SP, ele apresenta uma proposta para despertar a curiosidade pelo conhecimento matemático. Ele parte de um conta-gotas, objeto do cotidiano de qualquer criança que toma vacinas ou remédios, e propõe uma brincadeira, um método, cujo objetivo é calcular o número de gotas que podem ser encontradas em frascos, copos, garrafas, baldes, caixas d'água, até que, progressivamente aumentando a escala,  chegar ao volume dos grandes reservatórios de uma cidade. Claro, o que ele disfarçadamente alcança é ensinar ao leitor conceitos matemáticos básicos: as quatro operações matemáticas, frações, unidades de medida, regra de três. No final do livro ele incluiu uma seção dedicada a preservação ambiental e aos hábitos saudáveis que possibilitam alguma economia de água. A linguagem é simples, descontraída, mas também precisa, correta. Seguro que esse pequeno livro vai divertir e ensinar muita gente. Parabéns Toninho.
[início: 11/04/2016 - fim: 13/04/2016]
"Brincando com o conta-gotas", Antonio Rodrigues Neto, São Paulo: SESI-SP editora (Educação; Coleção: Para gostar de matemática), 1a. edição (2014), brochura 12x18 cm., 80 págs., ISBN: 978-85-8205-272-3

Um comentário:

Ao Alfinete disse...

Oi, Guina querido!

Que legais teus blog, o livro do Toninho e a tua delicadeza.
E agora, tem mais! A gente se encontra lá?

Beijo,

Paula.