domingo, 9 de junho de 2019

la pirámide de fango

Lívia ainda está de luto pela morte de François (como foi relatado em "Un filo de luz") e Guido Montalbano algo lento, cansado, sem ânimo, talvez com problemas de audição. Já velho demais para a profissão? Chove sobre a Itália, o mar está encrespado, sujeira e lama se acumulam. Mas nos sucessos narrados por Andrea Camilleri neste seu "La pirámide de fango" a lama é metafórica, pois ele fala sobre corrupção, lavagem de dinheiro e assassinatos. O corpo do contador de uma grande empresa de construção civil é encontrado. A mulher deste sujeito desaparece, para surgir vagamente já distante, na Alemanha. Um misterioso senhor que talvez estivesse hospedado com eles também não deixa pistas de seu paradeiro, mas Montalbano alcança descobrir uma caixa forte na casa do contador morto, um cofre que poderia conter milhões de euros em espécie. A investigação segue os procedimentos usuais de Camilleri, alternando descrições do estado de ânimo de Montalbano, sua inspiração rediviva após os almoços preparados por Adelina ou os jantares na cantina de Enzo. Camilleri volta a usar os truques típicos do teatro em sua trama. Os advogados dos dois grupos mafiosos envolvidos nos crimes espalham inventivas pistas falsas, tentam obstruir o trabalho de investigação. Todavia Montalbano recupera seu tino e força mental, consegue deslindar as mirabolantes histórias que advogados canalhas e jornalistas venais criaram, levando ao menos um dos empresários corruptos para a cadeia. Haverá mais Montalbanos por aqui. Vale!
Registro #1413 (romance policial #84)
[início: 22/05/2019 - fim: 23/05/2019]
"La pirámide de fango", Andrea Camilleri, tradução de tradução de Carlos Mayor, Barcelona: publicaciones y ediciones Salamandra, 1a. edição (2018), brochura 14x21 cm., 219 págs., ISBN: 978-84-9838-840-4 [edição original: La piramide di fango (Palermo: Sellerio editore) 2014]

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