No ano passado li e gostei de um livro de David Sedaris chamado "De veludo cotelê e jeans". Havia um frescor, uma vívida imaginação, um estilo ácido, direto mesmo, que me encantou do começo ao fim. Já este "Eu falar bonito um dia" é um porre, maçante mesmo, totalmente descartável, também, do começo ao fim. Talvez o editor brasileiro já soubesse disto quando publicou aquele (que é de 2004) antes deste último (que é de 2000) e portanto resolveu apresentar o melhor peixe antes das sobras. Vá saber. Da primeira parte, onde ele fala de suas experiências da juventude, na escola, nos primeiros empregos, com a família, ainda se pode dizer alguma coisa boa, mas a segunda parte, onde ele descreve sua vida na França é muito ruim. Principalmente nesta segunda parte "Eu falar bonito um dia" é alicerçado nas diferenças linguísticas e culturais entre os Estados Unidos e a França (e é um livro escrito antes dos atentados de 11 de setembro, que recrudesceram e tiraram o humor desta disputa, mas esta é outra história). O sujeito emigra para uma cidade rural francesa e descreve várias facetas de seu envolvimento com a língua. Na primeira ou segunda vez ainda ficamos interessados. Quem já não experimentou o estranhamento de se ouvir falando um idioma diferente na frente de um nativo pela primeira vez? Mas a fórmula é repetida vezes demais para que arranque algo mais que um esgar de meu rosto depois de certo tempo. Tudo muito repetitivo. Mas vamos em frente (e com alguma paciência, já se vê). [início 16/12/2008 - fim 18/12/2008]
"Eu falar bonito um dia", David Sedaris, tradução de Bruno Gomide, editora Companhia das Letras (1a. edição) 2008, brochura 14x21, 246 págs. ISBN: 978-85-359-1237-1
Nenhum comentário:
Postar um comentário