Do mexicano Sergio Pitol só havia lido um bom romance chamado "Vida conjugal". Em fevereiro, flanando pela invernal Madrid, encontrei com esse "El mago de Viena". Estão nele reunidos ensaios literários, fragmentos de memórias, digressões sobre seu processo de produção literária, suas técnicas, a prática da crítica. Além de escritor Pitol foi um tradutor de ofício (sobretudo de literatura inglesa em sua juventude), professor universitário por longos períodos em vários países e também atuou no serviço diplomático mexicano por muitos anos, tendo vivido mais de um terço de sua vida fora do México (cabe dizer que ele ainda está vivo e é um ativo senhor de oitenta e três anos). Segundo ele cada uma dessas múltiplas experiências (do viajante, dos exílios, do tradutor, do escritor solitário, do professor, do burocrata) incorporaram-se em sua ficção. Gostei muito de seus longos ensaios sobre Henry James, Gao Xingjian, Walter Benjamin, Joseph Conrad, Flann O'Brien, Evelyn Waugh, Carlos Monsiváis, Dario Jaramillo, Enrique Vila-Matas (esse em particular é uma maravilha, divertidíssimo). Entre os ensaios Pitol inclui digressões e crônicas sobre suas viagens, sua participação em eventos literários, a leitura e a releitura de seus livros favoritos, a vida de diplomata, a gênese de alguns de seus romances, os apontamentos de seu diário que antecedem a publicação de "El mago de Viena" (que é de 2005). Ele afirma manter registros que mesclam sua vida pessoal e seus projetos de ficção desde os anos 1950 (que cousas tremendas não haverá neles?). Aprendi um bocado, principalmente sobre literatura latino-americana. Preciso ler mais alguns de seus romances. Vamos a ver.
[início: 16/03/2015 - 29/03/2015]
"El mago de Viena", Sergio Pitol, Valencia/España: Editorial Pre-Textos (narrativa contemporánea), 1a. edição (2005), brochura 14,5x23 cm., 271 págs., ISBN: 84-8101-683-8
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