Li esse pequeno livro de Carlos María Domínguez em 2007, uma edição da finada editora Francis, e não fiquei muito impressionado (o registro está aqui). Mas quando vi essa reedição em português, traduzida pelo bom Joca Reiners Terron, repleta de umas ilustrações muito bonitas (assinadas por Helena Campos), resolvi experimentar novamente. Aquilo que me incomodou há dez anos continua no texto, claro, a cada encarnação ou época os livros sempre acabam se defendendo sozinhos, pouco importa os cuidados de quem os inventou e dos leitores entusiastas ou críticos que já os louvaram. A idéía é mesmo curiosa, trata-se dos desdobramentos da obsessão de um bibliófilo por sua enorme coleção de livros. Todo aquele que ama demasiadamente seus livros sabe que um dia eles serão perdidos, esquecidos, destruídos e seus esforços por preservá-los apenas retardam um processo irreversível e aleatório. Assim como naquela primeira leitura acho que a história ganharia força caso fosse simplesmente mais curta, concentrando seu dilema ou se fosse estendida ao formato de um longo romance. Tonteria minha. Quem sou eu além do menor dos anões de uma província do sul que por acaso gosta de falar dos livros que lê? Avanti.
[início - fim: 18/02/2016]
"A casa de papel", Carlos María Domínguez, tradução de Joca Reiners Terron, Santos/SP: Realejo edições, 1a. edição (2014), brochura 12x17 cm., 96 págs., ISBN: 978-85-99905-68-5 [edição original: La casa de papel (Montevideo/Uruguay: Ediciones de la Banda Oriental) 2002]
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