Athos Ronaldo Cunha é um sujeito que realmente acredita no poder da palavra, na possibilidade de indivíduos se entenderem literariamente. É engenheiro de formação, mas já publicou vários livros e é membro da Academia Santa-Mariense de Letras. Recentemente ele publicou este seu "Sofrendo em Paris". São 45 crônicas, dez delas finalistas ou premiadas em concursos literários dos quais participou Brasil afora. São narrativas curtas, que se resolvem quase sempre num susto, e são quase sempre otimistas, mesmo quando desnudam um erro, um ato vil, ou quando denunciam algo de nossas mazelas bem brasileiras. Os temas não variam muito. Ele gosta de falar de política, de seu cotidiano em Santa Maria, de alguns sucessos relacionados ao futebol, de alguns fragmentos de memória, de seu passado e causos que experimentou quando era avaliador de penhor na Caixa Econômica Federal. Esse volume recebeu o primeiro prêmio de livros de crônicas não publicadas da UBE-RJ (Prêmio Alejandro Cabassa, União Brasileira dos Escritores), em 2017. Enfim, são crônicas que se deixam ler com calma, enfeixam reflexões de uma pessoa inquieta, que compartilha seus espantos e procura honestamente interlocutores, outros viventes que queiram entender um tanto melhor esse nosso complexo mundo. Não é pouco. Vale!
Registro #1394 (crônicas e ensaios #254)[início: 27/04/2019 - fim: 02/05/2019]
"Sofrendo em Paris", Athos Ronaldo Miralha da Cunha, Guaratinguetá / SP : Editora Penalux, 1a. edição (2018), brochura 14x21 cm., 120 págs., ISBN:
978-85-5833-456-3
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