No Bloomsday de 2014 decidi que as férias de verão de 2015 seriam em Dublin. No mundo confortável dos sonhos eu já havia ido a Irlanda centenas de vezes e no mundo terrível dos desejos já havia feito roteiros dos mais mirabolantes para ver tudo que fosse remotamente associado a James Joyce, Samuel Beckett, Bram Stoker, Oscar Wilde, Bernard Shaw, Jonathan Swift, W.B. Yeats (para não citar duendes, fadas, o The book of Kells, São Patrício, cerveja Guinness, pubs, museus, et caterva). Consegui decidir por um roteiro viável e no 29 de janeiro de 2015 embarquei para a aventura (a idéia era já estar familiarizado com a geografia da cidade quando chegasse o 02 de fevereiro, dia de aniversário de Joyce). Foram dias muito especiais, divertidos. Ao longo do ano passado fiz vários registros aqui de livros adquiridos lá (Marsh's Library; Chapelizod; Jewish Dublin; Pub Crawl; Joyce in Paris; Nicholson) e já contei algo das experiências associadas a cada um deles. Mas num 10 de fevereiro como hoje, no ano passado, ai de mim, tive de saír de Dublin (e fui a Madrid, depois a Pamplona, já contei algo sobre isso aqui). Hoje, 10 de fevereiro novamente, para terminar o ciclo de registros dedicados a memória de Joyce (que comecei no início do mês com o bom livro da Dirce Waltrick e segui com o Leon Edel, o Finnegans, o Read e o McCarthy) escreverei umas linhas sobre um livro fundamental para que tudo acontecesse da melhor maneira possível. Gostei do guia da Lonely Planet pela forma com que os temas são organizados e as informações distribuídas. Claro, o verdadeiro guia é a intuição do flâneur, o bom senso do turista, o acaso e a sorte (e isso eu posso dizer que tive de sobra), mas um bom guia ajuda o sujeito a se livrar de enrascadas óbvias e desastres anunciados. Conheço pessoas que não toleram nem saber que existem guias de viagens, mas obsessivos como eu adoram colecioná-los (e usá-los). O guia incluí dezenas de ilustrações e mapas, caixas de texto com informações históricas e até um espaço generoso para notas pessoais. As dimensões são corretas e o tamanho não incomoda um sujeito que está num casaco com bolsos (talvez no verão seja o caso de usar um guia menor, mais compacto). A versão digital dele está disponível no site da Lonely, entretanto devo confessar que me inspirei um bocado num programa do Anthony Bourdain para escolher os restaurantes e bares que frequentei. Claro, fiz minha peregrinação pessoal pelos pubs da cidade e digo que o melhor site/aplicação para escolher um é o Publin. Sláinte.
[início: 16/06/2014 - fim: 10/02/2015]
"Dublin: Lonely Planet", Fionn Davenport, London: Lonely Planet Publications Pty Ltd, 9a. edição (2013), brochura 13x20 cm, 256 págs., ISBN: 978-1-74220-204-4
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