Depois de ler aquela bobagem da Claudia Tajes fiquei sem ânimo para nada que precisasse de algum fôlego e fui ler um gibi, relaxar um tanto. Nada como uma irrelevancia assumida para nos garantir um par de horas agradáveis ao sol. "Jornada ao oeste" é o primeiro mangá publicado pela Conrad da série dedicada a Sun Wukong, o rei dos macacos, uma figura lendária importante na cultura chinesa (confesso que eu estava ainda com as imagens ufanistas das olimpíadas de pequim na cabeça quando resolvi comprar este livro.) O texto original foi escrito ainda no século XVI (por Wu cheng'en), mas as histórias datam de ao menos 900 anos antes. O romance (aqui na forma de mangá, com belas pranchas que originalmente deveriam ser gravuras, xilogravuras, melhor dizendo) unificou lendas associadas a um fato real: a peregrinação de um monge chinês, Xuan Zang, para a Índia, de onde volta com os ensinamentos básicos do Budismo, que a partir dele é introduzido na cultura chinesa. As histórias são divertidas. Um macaco se torna quase tão poderoso quanto os deuses e provoca confusões mil no mundo celestial. O próprio Buda o aprisiona sob uma montanha por quinhentos anos como punição. Para purgar-se definitivamente de suas estrepolias do passado ele deve tornar-se discípilo do monge chinês em viagem a China e protegê-lo dos muitos perigos da jornada. Nada espetacular, nada pretencioso, apenas um mito sendo contado para os crentes ao redor do fogo por um aedo inspirado. Segundo consta este personagem inspirou de alguma forma o mais moderno Son Goku, o Saiyajin do mangá e do anime Dragon Ball, mas esta definitivamente é mesmo outra história. Para quem gosta de mitologia vale uma missa.
"Jornada ao Oeste - o nascimento do rei dos macacos, vol.1", Wu Cheng'en, tradução de Adan Sun, editora Conrad, 1a. edição (2008) brochura 14x21cm, 466 pág., ISBN: 978-85-7616-284-1
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