"Juego de espejos" segue os sucessos de "La sonrisa de Angelica". Don Andrea, que comemorará noventa anos em 2015, parece mesmo incansável. Publicado originalmente em 2011 esse é seu vigésimo-segundo livro com as
aventuras de Salvo Montalbano. Assim como "La sonrisa de Angelica" brota de um poema ("Orlando Furioso", de Ariosto) seu "Juego de espejos" brota de um filme: "A dama de Shanghai", de Orson Wells. A inspiração é explícita, mas Camilleri sabe adaptar bem aquela trama às contingências de seus personagens. Liliana, uma bela mulher, muda-se para um chalé nas vizinhanças do seu, na praia de Marinella. Ao mesmo tempo em que investiga uma série de misteriosas explosões com a ajuda de seus comandados (Fazio, Catarella, Mimí
Augello e Gallo) Montalbano percebe-se lenta mas progressivamente enredado por Liliana em uma conspiração da qual somente com muito engenho conseguirá safar-se. Não apenas a máfia siciliana, mas também um jornalista inescrupuloso e seus inimigos na chefatura de polícia preparam sucessivas armadilhas para o comissário. Fortalecido pelos antipasti e pastas 'ncasciata que encontra na trattoria de seu amigo Enzo, bem como os arancini e cannoli preparados de sua assistente Adelina, Montalbano alcança descobrir quem quer realmente prejudicá-lo. A trama é vertiginosa (tudo se resolve em poucos dias), mas muito bem construída e surpreendente. Em algum lugar Orson Wells deve ter dado boas gargalhadas com a reinvenção de Camilleri de seu jogo de espelhos.
[início: 09/07/2014 - fim: 14/07/2014]
"Juego de espejos", Andrea Camilleri, tradução de Teresa
Clavel Lledó, Barcelona: publicaciones y ediciones Salamandra, 1a.
edição (2014), brochura 14x21 cm., 219 págs., ISBN: 978-84-9838-576-2
[edição original: Il gioco degli specchi (Palermo: Sellerio editore)
2011]
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