Este é um livro sobre livros. Virgínia Woolf apresenta suas opiniões sobre escritores que ela considerava particularmente importantes: Joseph Conrad, Tolstoi, Tchekov, Dostoievski, Jane Austen, Montaigne, Shakespeare e Daniel Defoe. Ela também escreve sobre o ato comum de ler e se embriagar da leitura, de como é possível simplesmente ler algo para maior erudição ou deleite. Como ela bem registra trata-se de um livro de crítica literária, uma coisa muito distinta de resenhas, que podem ser feitas por pessoas sem o menor envolvimento com a literatura além do simples prazer de ler. Há um capítulo muito bom de se ler sobre "Como se deve ler um livro?", realmente soberbo. Há uma discussão importante sobre o papel do crítico literário realmente digno de nome no processo de formação do gosto pela leitura no leitor médio. Há uma tentativa de prospectar a nova literatura britânica do início do século passado, com resultados ambíguos. Em um primeiro momento ela louva o James Joyce do Retrato do artista quando jovem, para logo alcunhar Ulysses de um naufrágio literário completo. É conhecido o asco com que ela recebeu as passagens mais escatológicas do Ulysses, mas não podemos dizer que Ulysses seja uma unanimidade mesmo quase um século após sua publicação. É um livrinho curto, cento e poucas páginas, que se lê em um bom final de semana de sol e vagabundagem, por puro prazer (como eu fiz).
"O Leitor Comum", Virgínia Woolf, tradução de Luciana Viégas, editora Graphia Editorial, 1a. edição (2007), ISBN: 978-85-85277-54-3
Nenhum comentário:
Postar um comentário